domingo, 18 de outubro de 2009

Até 2013, Aeroporto Internacional Tancredo Neves ganhará outro terminal, capaz de dobrar o número de passageiros, para 10 milhões de pessoas por ano


Obra do novo estacionamento, que terá 1.538 vagas, atrasou e deve ficar pronta somente em fevereiro: empreendimento se estrutura para a Copa de 2014


Em no máximo quatro anos, Belo Horizonte vai contar com um novo terminal aeroviário no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana. Com estrutura semelhante ao atual, o novo terminal será maior, com capacidade para atender 10 milhões de passageiros por ano, praticamente o dobro do potencial de hoje. Em 2008, cerca de 5 milhões de pessoas embarcaram e desembarcaram no aeroporto. Até o fim deste ano, a previsão é de que o número chegue a 6 milhões. A alta demanda, que se justifica, segundo representantes da Infraero, pelos preços promocionais das passagens e pelo número cada vez maior de companhias aéreas, tem resultado em irritação de motoristas, que chegam a passar 30 minutos procurando uma vaga no estacionamento do local.

Ainda em estudo, o novo terminal, se colocado em prática, vai ser concluído no máximo em 2013, um ano antes da Copa do Mundo no Brasil, para a qual a capital mineira será uma das cidades-sede. “Temos observado um aumento alto na demanda de passageiros. Até o meio deste ano, acreditávamos que o número de pessoas embarcando e desembarcando não passaria de 5 milhões, como foi em 2008. Mas a estimativa mudou e apostamos que passaremos dos 6 milhões”, afirma o superintendente da Infraero no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, Silvério Gonçalves. Ele revela que o novo espaço terá uma capacidade maior que o atual aeroporto, podendo receber até 10 milhões de pessoas por ano. “Ainda não sabemos se haverá uma segmentação nesse novo terminal, destinando-o apenas para viagens internacionais ou nacionais. É ainda um projeto em análise.”

Desde a transferência dos voos do aeroporto da Pampulha para Confins, em 2004, novas companhias aéreas desembarcaram lá e alavancaram o movimento de passageiros. Só para se ter ideia, em 2003, o movimento de passageiros no aeroporto foi de 388,5 mil pessoas. Em 2008, fechou com 5,18 milhões de pessoas transportadas. A Azul Linhas Aéreas Brasileiras começou a operar em Confins em um espaço restrito. “Foi a área que conseguimos”, afirmou o presidente da companhia, Pedro Janot, durante o lançamento do voo diário entre Confins e Viracopos (Campinas/SP), em agosto deste ano. A regional Trip Linhas Aéreas também estreou em Confins em junho com quatro rotas, que ligam a capital mineira ao Rio de Janeiro (Santos Dumont), Goiânia (GO), Cuiabá (MT) e Ji-Paraná (RO).

Aperto

A novidade do novo terminal cairá como uma luva. O aeroporto tem 25 anos e já dá sinais de esgotamento. Ainda que não haja grandes problemas nos embarques e desembarques de passageiros, como superlotação, o transtorno está no estacionamento do aeroporto, que conta com 1,4 mil vagas. Das segundas às quartas-feiras, a ocupação dos veículos chega a 95%. Das quintas-feiras aos domingos e, principalmente, nos feriados, a capacidade chega ao seu limite, ocupando 100% do espaço.

Para aliviar a situação, em fevereiro, um novo estacionamento será inaugurado, ao lado do aeroporto. Com o novo empreendimento, a capacidade de vagas para os carros passará para o dobro. Com área de 41,2 mil metros quadrados, o local está em obras desde setembro de 2008 e seria inaugurado em junho deste ano. “Mas no início de 2009 a empresa licitada para fazer a intervenção apontou problemas no terreno, dizendo que o desenvolvimento da base do pavimento não suportaria”, conta Silvério. De acordo com ele, por causa disso, o andamento do novo espaço ficou lento. “Levamos até quatro engenheiros ao local para mostrar à empresa responsável que o projeto estava correto e não haveria problemas. Além disso, fizemos teste de compactação que comprovaram a viabilidade da construção.”

Acertadas as divergências de opinião, a previsão era de que, em novembro, a obra, que é do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), estaria concluída. “Mas sabemos que será somente em fevereiro”, lamenta o superintendente, acrescentando que, para convencer a empresa de que o empreendimento não poderia parar, a Infraero apontou duas soluções: “Eles cumpririam o que deveria ser feito ou haveria rescisão de contrato”. A primeira opção foi acatada. Como não está tão perto das salas de embarque e desembarque do aeroporto, o novo estacionamento contará com serviço de translado para transportar os passageiros e suas bagagens. “Mas a ideia é de que as 1.538 vagas a mais pertençam ao novo terminal”, antecipa Silvério. (Colaborou Geórgea Choucair)

Luciane Evans - Estado de Minas 

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