terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Helibras: ampliação depende do governo


A ampliação da fábrica da Helicópteros do Brasil S/A (Helibras) em Itajubá, na região Sul de Minas, com custo entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões e que inclui a troca de tecnologia entre Brasil e França, depende de confirmação da compra de aeronaves pelo governo brasileiro. Diferentemente do que ocorre em outros segmentos, que já reduzem aportes por causa da crise intermacional, a decisão da empresa em manter os investimentos está atrelada à demanda governamental.

O Ministério da Defesa anunciou que a assinatura do contrato com a Helibras, para a compra de 51 aparelhos, deve ser assinado no final deste mês, quando o presidente francês, Nicolas Sarkozy, virá ao Brasil. O acordo prevê a transferência de teconologia da França para a construção de helicópteros EC-725 Cougar no Brasil.

O custo estimado para a aquisição das aeronaves seria de aproximadamente US$ 1,3 bilhão. A planta da Helibras, que é subsidiária da francesa Eurocopter e controlada pelo megaconsórcio europeu EADS, receberá os aportes necessários para ampliação no próximo ano, já que o governo federal espera receber o primeiro aparelho em dois anos. Até então, a empresa produz cerca de 30 helicópteros modelo Esquilo por ano, com preço unitário de cerca de US$ 2,5 milhões.

Desde sua criação, há 30 anos, a Helibras fabricou e entregou ao mercado pelo menos 500 aeronaves. O faturamento da empresa foi de US$ 92 milhões em 2007, 55% superior ao registrado no anterior.

Hoje, da frota brasileira de aproximadamente 800 helicópteros movidos à turbina, 67% são modelos Helibras/Eurocopter. A empresa também vende para países sul-americanos, como a Argentina e Bolívia.

Os aparelhos podem ser adaptados tanto para transporte civil quanto para uso militar, com especificações que vão desde transporte de tropas até ataques a submarinos e a alvos terrestres, com implantação de lançadores de foguetes e canhões.

Cinturão - Para a expansão da planta de Minas Gerais, a Helibras precisará de fornecedores de componentes para a formação de um pólo do setor, cujos negócios devem girar em torno de 1 bilhão de euros em cinco anos.

A localização da planta no Sul do Estado favorece os paulistas, uma vez que faz divisa com uma região do estado vizinho que historicamente possui empresas que fornecem para o setor aeronáutico. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) deu o primeiro passo para fomentar o fornecimento de peças e componentes para a Helibras. A entidade já se reuniu com representantes da companhia, de empresas paulistas do setor aeronáutico e do governo federal para discutir o projeto de expansão.

De acordo com informações da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), o governo mineiro já está trabalhando em estudos para implantar um cinturão de empresas fornecedoras de componentes na região de Itajubá.

Fonte: Diário do Comércio

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