quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Aviação executiva sente a crise

Volume de fretamentos chegou a recuar até 50% em algumas companhias de Minas Gerais.

O segmento de aviação corporativa em Minas Gerais já registra queda no volume de fretamentos no segundo semestre deste ano, conforme empresas consultadas pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO. O cenário negativo é atribuído à crise no sistema financeiro internacional. Além disso, a elevação nos preços dos insumos está onerando os empreendimentos.

A Algar Aviation, empresa controlada pelo grupo Algar, sediada em Uberlândia (Triângulo Mineiro), vem verificando, desde outubro, uma queda de 30% no transporte de passageiros, de acordo com o diretor-presidente, Rogério Montalvão Elian. A companhia possui uma frota com cinco aeronaves.

Apesar de reconhecer que o recuo nos negócios é reflexo das turbulências externas, que não têm data para acabar, o diretor acredita que a demanda deverá subir nos próximos meses. Isso porque, segundo Elian, seus clientes são pessoas que necessitam de agilidade para fechar negócios e por isso deverão voltar a utilizar o serviço de fretamento de aviões executivos. Já o transporte de malotes e valores ainda não sofreu as conseqüências da crise internacional, de acordo com o diretor da Algar Aviation.

Segundo ele, a empresa poderá rever alguns investimentos. "Ainda há a expectativa sobre a manutenção das linhas de crédito voltadas para a compra de aeronaves", afirmou. Conforme Elian, a maior parte dos financiamentos é captada no exterior, o que vem tornando as operações mais difíceis, em virtude falta de liquidez nos mercados. A Algar também realiza a manutenção de aviões. "Caso este cenário permaneça, o serviço também deverá ser afetado", admitiu o diretor.

Na Ariba Aero Táxi, sediada em Belo Horizonte, foi registrada queda de 50% no volume de vôos após o agravamento da crise financeira internacional, de acordo com o diretor Carlos Roberto Leite. Entre os principais clientes da empresa estão os setores siderúrgicos e de mineração, que vêm registrando forte recuo na demanda, com conseqüentes cortes na produção.

Combustível - Além da redução no número de vôos, outro entrave preocupa o setor. Conforme Leite, o preço do combustível vem aumentando significativamente em 2008. "O insumo representa 40% dos custos da empresas", explicou. Mesmo com a alta, segundo o diretor, os preços não foram repassados ao consumidor.

A Aero Táxi Revena, instalada em Teófilo Otoni (região dos vales do Jequitinhonha e Mucuri), deverá encerrar o ano com um retração de 25% na receita. Segundo o sócio da empresa, Abdala Júnior, a queda já era esperada desde o início deste ano. "Os insumos subiram muito em 2008", disse.

Já para a Helimed UTI Aérea, sediada em Belo Horizonte, a alta nos custos poderá refletir em reajuste na tabela de preços. De acordo com o superintendente de Relações com o Mercado, Cléber Lima, os materiais e peças utilizados pela empresa são importados e a elevação do dólar frente ao real prejudicou os negócios.

Apesar disso, o volume de vôos não ainda apresentou retração, segundo o superintendente. A Helimed é uma das maiores empresas de transporte aeromédico do país. Além da capital mineira, a empresas possui bases em Curitiba e Cuiabá, e está finalizando a construção de uma unidade em Uberaba, no Triângulo Mineiro.

Fonte: Diário do Comercio

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