Volume de fretamentos chegou a recuar até 50% em algumas companhias de Minas Gerais.O segmento de aviação corporativa em Minas Gerais já registra queda no volume de fretamentos no segundo semestre deste ano, conforme empresas consultadas pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO. O cenário negativo é atribuído à crise no sistema financeiro internacional. Além disso, a elevação nos preços dos insumos está onerando os empreendimentos.
A Algar Aviation, empresa controlada pelo grupo Algar, sediada em Uberlândia (Triângulo Mineiro), vem verificando, desde outubro, uma queda de 30% no transporte de passageiros, de acordo com o diretor-presidente, Rogério Montalvão Elian. A companhia possui uma frota com cinco aeronaves.
Apesar de reconhecer que o recuo nos negócios é reflexo das turbulências externas, que não têm data para acabar, o diretor acredita que a demanda deverá subir nos próximos meses. Isso porque, segundo Elian, seus clientes são pessoas que necessitam de agilidade para fechar negócios e por isso deverão voltar a utilizar o serviço de fretamento de aviões executivos. Já o transporte de malotes e valores ainda não sofreu as conseqüências da crise internacional, de acordo com o diretor da Algar Aviation.
Segundo ele, a empresa poderá rever alguns investimentos. "Ainda há a expectativa sobre a manutenção das linhas de crédito voltadas para a compra de aeronaves", afirmou. Conforme Elian, a maior parte dos financiamentos é captada no exterior, o que vem tornando as operações mais difíceis, em virtude falta de liquidez nos mercados. A Algar também realiza a manutenção de aviões. "Caso este cenário permaneça, o serviço também deverá ser afetado", admitiu o diretor.
Na Ariba Aero Táxi, sediada em Belo Horizonte, foi registrada queda de 50% no volume de vôos após o agravamento da crise financeira internacional, de acordo com o diretor Carlos Roberto Leite. Entre os principais clientes da empresa estão os setores siderúrgicos e de mineração, que vêm registrando forte recuo na demanda, com conseqüentes cortes na produção.
Combustível - Além da redução no número de vôos, outro entrave preocupa o setor. Conforme Leite, o preço do combustível vem aumentando significativamente em 2008. "O insumo representa 40% dos custos da empresas", explicou. Mesmo com a alta, segundo o diretor, os preços não foram repassados ao consumidor.
A Aero Táxi Revena, instalada em Teófilo Otoni (região dos vales do Jequitinhonha e Mucuri), deverá encerrar o ano com um retração de 25% na receita. Segundo o sócio da empresa, Abdala Júnior, a queda já era esperada desde o início deste ano. "Os insumos subiram muito em 2008", disse.
Já para a Helimed UTI Aérea, sediada em Belo Horizonte, a alta nos custos poderá refletir em reajuste na tabela de preços. De acordo com o superintendente de Relações com o Mercado, Cléber Lima, os materiais e peças utilizados pela empresa são importados e a elevação do dólar frente ao real prejudicou os negócios.
Apesar disso, o volume de vôos não ainda apresentou retração, segundo o superintendente. A Helimed é uma das maiores empresas de transporte aeromédico do país. Além da capital mineira, a empresas possui bases em Curitiba e Cuiabá, e está finalizando a construção de uma unidade em Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Fonte: Diário do Comercio

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